Em um grupo do Yahoo que participo o moderador, pai de minha amiga, colocou um artigo escrito por Gustavo Poli, que escreve a Coluna 2 no site do O Globo, sobre futebol. Em seu texto publicado nesta quinta-feira, dia 08 de julho, de título "Poderes e Responsabilidades" ele esboçou sua opinião sobre o comportamento de ídolos de futebol, como Adriano, Vagner Love e Bruno, e suas conturbadas rotinas, por assim dizer. Poli, fazendo cruzamentos com o cinema e as HQs, diz que esses indivíduos, essas grandes figuras que aparecem na grande mídia, deveriam ser mais cuidadosos, mais responsáveis acima de tudo, em seu comportamento fora dos campos. A quantidade de atenção dispensada nessas figuras, cada vez mais públicas, requeriria das figuras presentes na mídia um comportamento mais moderado, já que citando o tio do Homem-Aranha, "grandes poderes trazem grandes responsabilidades."O autor ainda termina o seu texto dizendo: "O que você acha do pai que fuma diante do filho?"
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Pois é, conclui ele e começo eu, isso é problemático mesmo. Mas o mais problemático desse texto é que, sem querer, ele denuncia uma cobrança que a sociedade tem em cima das figuras que aparecem na televisão com relação aos seus comportamentos. Se fulano é um ator famoso, querido pelas adolescentes, e se descobre que, em sua intimidade, ele gosta de fio-terra e cocaína o sujeito está fadado a ser mostrado como o pulha, o degenarado "que ele merece", já que esse astro, tão visado, tão presente em nossas vidas, não deveria, jamais, cometer uma indiscrição dessas. Mesmo que essa indiscrição tenha sido percebida por alguém que avisou a um jornalista que através dela ficou sabendo que o indivíduo, sei lá, libera o derriére para os amigos, como no caso que citei, ou vai a uma festa patrocinada por alguém do "movimento", para utilizar um eufemismo do autor, e este, junto de seu editor, tenha decidido que esse aspecto de sua vida pessoal era notícia. O privado virou público, sem dúvida, vide a quantidade de informações pessoais divulgadas em sites de relacionamento como o orkut ou twitter, de forma que uma pessoa que ganhe notoriedade na sociedade ela se tornará um modelo de conduta a todos aqueles que a admiram. Se sair da linha, amigo, dançou.
Honestamente, acho isso uma palhaçada. Quero dizer, a mídia não deveria ter que me dizer o certo ou errado, existem uma série de outras instituições, como a família, que deveriam servir de base moral e ética pra qualquer cidadão,a Lei precisa ser absorvida por qualquer um. Por exemplo, se quando criança eu era um fã do Jean Claude Van Damme, que fazia filmes considerados violentos, e eu o via dando socos e pontapés nos inimigos, caso eu decidisse imitá-lo em meu cotidiano algum algoz daria cabo de minha agressividade, podendo ser os meus pais ou um amigo mais forte que eu. Eu não devia imitar o Van Damme, já que o que ele faz não "existe", não se faz. Caso eu fosse um fã ardoroso do Maradona, quisesse jogar como ele, e pensasse em cheirar coca porque, em minha inépcia, eu achava que esse é o caminho de se viver, já que não possuo uma boa referência afetiva, social ou mesmo midiática, o culpado seria unicamente EU. A não ser que Dieguito em pessoa, consciente de minha admiração, me oferecesse ye-yo, mesmo sendo um menino, ele não teria culpa disso. A culpa seria antes de tudo minha por ser uma besta.
Um comentário:
São vários os aspectos aqui tratados ne, amigo.
Não só a maneira de reconhecer os heróis modernos, mas de olhar e perceber o outro, e se enchergar no outro, como nao se encherga a si próprio, mesmo que diante de um reflexo.
É importante sempre bater nessa tecla, dizendo que não podemos deixar que a mídia manipule as massas, mas também é preciso compreender a importância que a massa tem para a realização da mídia e da própria mídia em relação às cobranças em cima da massa, e do aprendizado da massa e etc.
Outro ponto discutível é o excesso de informação. Outrora, nem tv, nem impressos faziam tanto a cabeça do homem, como hoje. Raras as exceções, o rádio acompanhava a vida do homem e vice-versa. Hoje, por falta de vários itens e nao cabe dizer aqui quais, como o tempo e etc, porque nao é o X da questão. Mas que por vários motivos, o ser humano se baseia no que se vê e não no que se precisa. O olhar virou assistir, e o assistir tomou conta de tudo. A criança assiste a tv para nao brigar com o amiguinho, ela assiste a tv porque nao pode encher o saco da mãe, ela assiste o mundo pela telinha porque lá fora, na realidade o mundo tá fedendo como diz seu texto... só que quem assiste há muito tempo, parece ter esquecido que as telinhas só reproduzem o que há na realidade.
Uma visão muito pessoal minha agora: Tudo o que imaginamos, criamos, inventamos e desenrolamos na vida, nós já vimos ou sentimos de alguma maneira. Nada é novo, e tudo é realidade! Voar é o de sempre, transportar acontece, ser mais forte, o bem e o mal serem o mesmo, essas coisas todas, estão o tempo todo aqui na realidade. Não precisamos e não podemos achar que a mídia desenha o que precisamos vestir e por aí vai...
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