A verdade é que o
golpe começou durante os protestos de 2013. Naquele momento durante a Copa das
Confederações FIFA parte da população foi às ruas cobrar mais qualidade nos
serviços públicos, e isso assustou a elite. O pacto da governabilidade
costurado junto à burguesia acabou ali quando foi observado que o PT não tinha
controle sobre aqueles jovens do Movimento do Passe Livre que mobilizaram
multidões a partir de maio nos protestos iniciais em São Paulo.
A base popular do
partido, que incluía centrais sindicais, sindicatos e movimento social, ficou inerte
naquele momento, vendo uma nova esquerda emergir nos protestos. Isso assustou a
elite brasileira que imediatamente lançou, através da mídia tradicional, uma
ação em que nos empurrou a pauta do combate à corrupção. Naquele 19 de junho,
em Fortaleza, era realizado o jogo entre Brasil x México pela Copa das
Confederações FIFA – 2013. Antes do jogo ocorreram tumultos entre manifestantes
e policiais, e então dentro do estádio do Castelão a TV Globo começa a fechar
suas câmeras em closes de faixas contra a corrupção. Ali começou a ser mudada a
pauta das manifestações. Dali em diante ocorreu uma série de enfrentamentos nas
ruas em que a mídia sempre criminalizava os movimentos de esquerda e demonizou
os ‘Black blocs’.
Tonto e sem saber o
que fazer o governo, através da Presidenta Dilma, chegou a propor convocação de
uma assembleia nacional constituinte, ideia que foi logo deixada de lado por
sugestão da base aliada no congresso, comandada pelo PMDB do então “amigo”
Michel Temer.
Visto que o PT não
tinha mais controle na base social, e que isso representava uma ameaça aos
interesses do capital, essas mesmas oligarquias que apoiavam o governo Dilma
através do PMDB, mídia, empresariado (FIESP), altos escalões do judiciário e
Polícia Federal começaram já em 2013 a chocar ovo do golpe.
É bem factível que o
primeiro movimento nesse sentido aconteceu no Rio de Janeiro com a perseguição política
aos 23 participantes dos protestos das jornadas de junho. Sim, naquele momento
começou o processo de judicialização política aos moldes da Operação Lava Jato.
Assim, no então universo de Sergio Cabral, através de sua secretaria de segurança,
junto com o poder judiciário, usando de subterfúgios investigativos e judiciais,
foi dada a primeira lição de como se usa a justiça para fins políticos. Por
pressão da mídia, representante fiel da oligarquia carioca, era exigida uma
punição exemplar aos “arruaceiros” de junho. Em pouco tempo eles foram
execrados e condenados sob a fantasiosa cortina de uma lei que é interpretada a
favor de interesses ocultos para manipular processos e criminalizar quem está
fora do jogo do poder, como exatamente acontece agora.
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