Tanto que é um dos indicados ao Prêmio Faz Diferença 2016, uma iniciativa do Globo em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), que chega à sua 14ª edição.
Em seis meses à frente da Petrobrás, o atual presidente da
companhia, Pedro Parente, segundo a lógica neoliberal do Globo, já deixa marcas
em sua gestão, com a criação de uma política autônoma para os preços de
combustíveis, que agora acompanham a flutuação do mercado internacional.
Conhecido como o coordenador do “ministério do apagão” na época do racionamento
em 2001 no governo tucano de Fernando Henrique Cardoso, Parente é reconhecido
por sua “gestão” de crises. Com o objetivo de reduzir o questionável endividamento
do sistema Petrobrás, ele deu início à venda de ativos, como participações em
campos do pré-sal e na rede de gasodutos, para cumprir a meta fixada para o
período 2015-2016, de US$ 17 bilhões, além de doar vastas aéreas do pré-sal.
Mas não é de hoje que Pedro Parente apronta na Petrobrás.
Entre 2000 e 2003, ele obrigou a companhia assinar contratos de parceria
com o setor privado para construção de usinas termoelétricas. “A chamada
contribuição de contingência provocou prejuízos de mais de US$ 1 bilhão à
Petrobrás.” Em decorrência disso, a estatal “se viu obrigada a assumir
integralmente as termoelétricas para evitar perdas maiores”.
O valor das usinas, avaliadas em US$ 800 milhões, equivalia
a um terço dos US$ 2,1 bilhões que a estatal teria que desembolsar para honrar
as compensações garantidas aos investidores até o final dos contratos, em
2008.
Réu por sobrevalorização na compra de empresa argentina
O atual presidente da Petrobrás é réu e aguarda
julgamento pela Ação Popular Nº 2001.71.12.002583-5. Mas não se pode estranhar
o fato de que ele foi escolhido para dirigir a empresa logo assim que o
golpista Michel Temer assumiu o governo com tantos ministros e assessores sendo
investigados na Operação Lava Jato, e respondendo tantos outros processos por
improbidade administrativa.
A ação, que corre na 2ª Vara Federal de Canoas (RS),
do Tribunal Regional Federal da 4ª região, foi movida por petroleiros contra um
mau negócio feito pela Petrobras, quando a empresa trocou ativos desvalorizados
da multinacional Repsol-YPF na Argentina por ativos brasileiros valorizados. A
operação causou um prejuízo – oficialmente registrado no balanço de 2001 – de
R$ 790 milhões da subsidiária criada para realizar o negócio, conforme já
abordamos aqui na Rede Brasil Atual. Corrigido para valores de hoje, esse
prejuízo atinge a casa dos R$ 2,3 bilhões.
Pelo jeito ‘Fazer a Diferença’ para o Globo é vender barato,
como acontece agora com o desmonte da Petrobrás e doações de campos do pré-sal,
e comprar com valores acima do mercado, empresas que não valem muito como fez
no governo FHC com a argentina YPF. Ou seja, Pedro Parente vende barato
para comprar caro.
Fonte: O Globo e Rede Brasil Atual
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